«Os sistemas que vão ser criados são multimonetários, cabazes de moedas. E não vamos falar sobre o mundo da criptografia. “Que começamos esse caminho e temos que retomá-lo.” Assim se expressou Nicolás Maduro Moros durante uma reunião com representantes do setor bancário venezuelano, indicando que a indústria de criptomoedas está de volta à sua agenda política.
Maduro admitiu que a pretexto do hiato na política de criptomoedas da Venezuela foi que “um grupo de bandidos e ladrões destruiu o caminho da criptografia”, aludindo ao complô PDVSA-cripto, provavelmente o maior caso de devassidão governamental com criptomoedas em sua história.
Leste caso, que levou ao alegado desaparecimento de 21 milénio milhões de dólares, trouxe consigo uma novidade era negra para o ecossistema venezuelano. Desde Março de 2023, as bolsas ficaram paralisadas e a indústria mineira foi mais uma vez forçada à clandestinidade, ou a suspender as operações, com os prejuízos que isso implica. Tudo isso pela falta de nitidez jurídica trazida pelo pregão da regeneração da Superintendência de Criptoativos da Venezuela (Sunacrip), processo que foi prometido pelo prazo de seis meses, mas que, até hoje, segue sem cabeça ao sumo a mando de criptoativos no país e os players do setor em incerteza.
No seu exposição perante os representantes do Banco, Maduro não deu detalhes sobre o que significa “retornar ao caminho da criptografia”. Também não apurou se há data prevista para a regeneração da Sunacrip ou se as mineradoras do país poderão voltar a operar normalmente.
Maduro também não detalhou se o uso do Petro (PTR) será retomado.uma suposta criptomoeda criada pelo governo do país em 2020, mas cuja implementação tem sido tão errática que até teve de ser confirmado através do Quotidiano da República que ainda existe.
A menção de Maduro às criptomoedas é feita poucos dias depois que a deputada María Elvira Salazar anunciou a apresentação da Lei para a Promoção de Liberdades, Oportunidades e Direitos na Venezuela (VALOR) no Congresso dos Estados Unidos, conforme relatado pela CryptoNews. Leste projeto de lei, previsto para setembro, reafirma as sanções financeiras contra o Banco Mediano da Venezuela (BCV), a Petróleos de Venezuela, SA (PDVSA) e contra a Petro.